Após atentado contra índios Guajajaras, BR-226 permanece bloqueada no Maranhão


A rodovia foi interditada após o atentado que matou dois caciques e feriu outros dois indígenas nesse sábado (7), no município de Jenipapo dos Vieiras.




trecho da BR-226 na altura das aldeias indígenas Boa Vista e El Betel, localizado entre os municípios de Barra do Corda e Grajaú, segue interditado neste domingo (8), de acordo com a Polícia Rodoviária Federal do Maranhão (PRF-MA). A via foi bloqueada por índios da etnia Guajajara após o atentado que matou dois caciques e feriu outros dois indígenas no sábado (7), no município de Jenipapo dos Vieiras.

Segundo a PRF, não há previsão para que a via seja liberada. Com galhos e pedaços de madeira, os indígenas bloquearam três pontos da rodovia. Motoristas que precisam passar pelo trecho da BR-226 estão sendo orientados a desviar suas rotas pela BR-010, BR-222 ou pela BR-135, que vai de São Luís até o município de Paraibano, no Maranhão.

Por conta do bloqueio, foi registrado um congestionamento de veículos de mais de 1,5 quilômetro. Policiais rodoviários acompanham a manifestação e trabalham para tentar desobstruir a rodovia que foi interditada por volta das 13h30 desse sábado (7). A Polícia Militar do Maranhão também permanece na área para evitar novos conflitos.

A PRF informou que as cargas de dois caminhões chegaram a ser saqueadas. No início da manifestação, os índios chegaram a atacar com pedras um ônibus que trafegava pela região. As janelas do veículo foram quebradas e a ação causou pânico e medo nos passageiros.

Atentado a indígenas no Maranhão

Um atentado foi registrado a índios da etnia Guajajara nesse sábado (7) na BR-226, entre as aldeias Boa Vista e El Betel, no município de Jenipapo dos Vieiras, localizado a 506 km de São Luís. A ação criminosa terminou com a morte dos caciques Firmino Silvino Guajajara e Raimundo Bernice Guajajara. Outros dois índios ficaram feridos, entre eles Nelsi Guajajara.

Segundo a Fundação Nacional do Índio (Funai), os índios foram atacados logo depois de saírem da aldeia Coquinho, onde lideranças de várias aldeias da região participavam de uma reunião com representantes da Eletronorte, para tratar da compensação aos índios pela passagem do linhão de energia elétrica dentro das terras indígenas.



Raimundo Guajajara morreu durante o ataque a índios em Jenipapo dos Vieiras no Maranhão — Foto: Divulgação/Apib

De acordo com o coordenador da Fundação Nacional do Índio em Imperatriz (Funai), Guaraci Mendes, o atentado pode ter relação com os constantes assaltos que acontecem no trecho da rodovia federal que compreende as aldeias indígenas.

Os dois índios feridos estão internados na Unidade de Pronto Atendimento de Jenipapo dos Vieiras (UPA) sob proteção policial. Segundo o último boletim emitido pela Secretaria de Direitos Humanos e Participação Popular do Maranhão (Sedihop) um dos indígenas estava com hemorragia interna e aguardava ser transferido para o hospital em Presidente Dutra. Já o outro índio foi ferido em uma das pernas e tinha previsão de alta para este domingo (8).

Após o atentado, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, lamentou o ocorrido e informou que a Polícia Federal enviou uma equipe para o local e que o caso será investigado. Moro ainda disse que vai analisar a viabilidade do deslocamento da Força Nacional para a região. As polícias Civil e Militar e a Funai também acompanham o caso. Até o momento, nenhum suspeito do crime foi preso.

O presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB no Maranhão, Rafael Silva, informou que o órgão está preocupado com o novo ataque indígena que aconteceu um mês após o assassinato do líder indígena Paulo Paulino Guajajara, no Maranhão.

Com informações do G1/MA

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